sábado, 13 de fevereiro de 2010


Isto faz parte da conhecida ‘oração-modelo’ de Jesus. Depois de instar com seus discípulos para orarem em prol do perdão, Cristo concluiu a oração: “E não nos leves à tentação, mas livra-nos do iníquo.” — Mat. 6:12, 13; Luc. 11:4.
Alguns se perguntaram se isto significa que, a menos que alguém peça a Deus que não o faça, Deus vai tentá-lo a pecar? Mas isto não pode ser de modo algum assim, pois Deus Todo-Poderoso, inspirou o meio-irmão de Jesus, Tiago, a escrever: “Quando posto à prova, ninguém diga: ‘Estou sendo provado por Deus.’ Não; pois, por coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova ele a alguém.” (Tia. 1:13) As palavras de Jesus precisam ser compreendidas à luz deste versículo e em harmonia com ele.
A experiência de Adão e Eva ilustra o que Cristo quis dizer. Deus permitiu que comessem à vontade de “toda árvore de aspecto desejável e boa para alimento”. Todavia, não deviam comer da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. — Gên. 2:9, 16, 17.
Isto, de fato, foi uma prova para eles. No entanto, não era um mal destinado a prejudicá-los. Deus não era assim como os inimigos religiosos de Cristo, que planejaram submetê-lo à prova para enlaçá-lo e assim ter uma desculpa para o matarem. (Mat. 22:15-18; Mar. 11:18; 12:13; João 11:53) Por meio desta prova simples a que submeteu Adão e Eva, Jeová podia determinar o que eles realmente eram, se eles como pessoas de livre arbítrio queriam deveras obedecer e servir seu Criador.
Mas note o que Deus fez de bom: Para ajudar a Adão e Eva a evitar o erro, de fato, para ‘não os levar à tentação’, Ele explicou que a desobediência seria errada e levaria à morte. Por certo, advertir alguém contra o mal não significa tentá-lo com ele. Não foi o Diabo quem tentou o primeiro casal? Ele viu a oportunidade de tentá-los a ultrapassarem os limites que Deus fixara para eles. Sua descrição falsa do resultado de comerem da árvore criou um desejo errado, que por sua vez levou ao pecado. — Gên. 3:1-6; Tia. 1:14, 15.
Assim como fez com Adão e Eva, Deus ‘não leva à tentação’ os cristãos hoje em dia quando nos avisa contra as coisas más e nos aconselha sobre o resultado se participarmos em tais coisas. Somos assim ajudados a evitar a tentação de fazer algo de errado.
Por exemplo, Deus Todo-Poderoso "Jeová" nos diz claramente que o adultério é um pecado e deve ser evitado. (Êxo. 20:14; Rom. 13:9, 10) Trata-se dum aviso, para que não sejamos ignorantes quanto ao que é errado. Também, ele declara quais os resultados se o cristão praticar o que é errado; macularia o leito marital, sendo julgado adversamente e não herdando o Reino. (Heb. 13:4; 1 Cor. 6:9, 10) É evidente que DEUS não tenta os cristãos a praticarem o adultério. Ao contrário, observe o conselho esplêndido dado em 1 Coríntios 7:5. Aos casados, que por consentimento mútuo talvez se abstenham por um tempo das relações maritais, foi dado o conselho de que deviam ‘ajuntar-se novamente, a fim de que Satanás não os tente’ a praticar o adultério. A tentação não viria da parte de Deus, quem os alertou e avisou de antemão, mas da parte de Satanás, por meio da operação do desejo errado.
De modo similar, em 1 Timóteo 6:9, 10, DEUS adverte que o amor ao dinheiro é perigoso e que pode levar a toda sorte de coisas prejudiciais. E ele declara que o resultado deste amor e da determinação de ser rico pode incluir ser desencaminhado da fé e sofrer muitas dores. Por isso somos avisados sobre o que é errado e informados do dano que pode resultar se cairmos nesta tentação. — 2 Cor. 2:11.
Quem ora para não ser levado à tentação obriga-se a fazer o melhor que pode para evitar as tentações. Isto inclui evitar pensamentos que criariam desejos errados, bem como situações em que é provável que surjam tentações. Precisa também deixar que Jeová o fortaleça, por estudar a Palavra de Deus para poder distinguir o que é bom do que é mau.
Por conseguinte, as palavras de Jesus: “Não nos leves à tentação”, não significam que Deus nos tente ou nos leve a situações que nos tentam com o mal, e que por isso é necessário pedir que Ele não o faça. Antes, constitui um pedido para que Deus não nos deixe ignorantes quanto às coisas más que podem ser uma tentação, mas que ele nos avise e fortaleça para que possamos evitar a tentação e suportá-la.

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